Minhas noites não são caminhadas entre os asfaltos do meu bairro. Não quero ouvir o som das buzinas e as luzes dos faróis me irritam. Gosto da madrugada observando a mim mesma. Acendo um cigarro e preparo um café, minhas emoções são colocadas em exclamações.
Minhas dores se transformam em interrogações, tornam-se feridas quando as reticências surgem entre suas palavras indecisas. Não meço amor dentro de mim, da mesma forma que não quero o nosso fim. Sento-me na antiga escada, observo o elevador e vejo que o seu lugar não é mais o meu andar, o andar que costumávamos sorrir.
Hoje sento-me e seco as lágrimas que teimam em cair. Nada de sonhos e nada de planos para o futuro, só o meu velho computador com todos nossos passos. Algumas fotos nos porta-retratos, e o gato que era nosso me fazendo companhia. E por fim suas cartas que me fazem doer tudo que tenho em mim. Eu sei que te faço falta e minhas palavras de amor também, pena que elas foram fundo com a minha vontade de acreditar e ficar com você.
Mas eu só quero que você me ame, assim desse jeito agressiva, perturbada e irritante, tá difícil.
Joyce Xavier e Fernanda Guiterio
Joyce Xavier e Fernanda Guiterio
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