22 maio 2018

Eu estou no fim do poço, mas não desisto





Às vezes não fico irritada com o mundo, e muito menos, viro as costas para ele, mas eu preciso (re)pensar em alguns caminhos que sigo e atitudes que tenho.

Sim, infelizmente não atendo algumas ligações, e me afasto de algumas pessoas. Elas não me fizeram nada, ninguém tem culpa de nada, não existe nenhum culpado. Existem vítimas que precisam ser curadas, que precisam ficar em silêncio.

Eu sou uma delas.

Durmo mais que o necessário. Invado a geladeira menos do que deveria. Converso com poucas pessoas, quase não interajo em grupos. Recuso visitas, não respondo quando não quero e fico em total silêncio dentro de casa. Barulho? Só o ventilador do meu quarto que faz. Acordo quase sempre irritada, por não ter mais sono.

Há dias que não acendo um cigarro, e para ser sincera, não sinto falta. Fiquei com preguiça de tudo, com nojo de quase todos, e quase sempre me culpo por passar pelas tristezas da vida, culpando as minhas escolhas erradas. As famosas consequências, para ser mais clara.

Não tenho planos para o dia seguinte, não quero lembrar do meu dia anterior. Vivo empurrando os dias com a barriga, em cima do muro às vezes, e em uma corda bamba quase sempre. Posso até cair, ralar os joelhos, mas me recupero rápido.

E com certeza, mais uma vez, irei me recuperar. É uma questão de tempo, e paciência.
Eu não desisto.

Joyce Xavier

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