28 novembro 2015

Deixe-me


Não quero mais ouvir o pouco que você tem a me dizer. O que você precisava dizer, eu já ouvi e das suas ofensas, eu não quero mais respirar. Parece que você colocou pra fora o que sentia por dentro, como se eu fosse culpada pelas consequências dos seus atos, pelos seus pulsos cortados e sua alma dolorida. Eu não tenho culpa se você sobrevive com as suas dores e não se importa em curá-las. Eu não quero carregar mais uma experiência terrorista na minha bagagem.
Não quero atender os seus telefonemas, não quero que me procure... Desejo que se cure! Que cuide de você e das coisas ruins que insiste em fazer. A sua vida não é um mar de rosas, eu sei, a minha também não é. Mas há uma grande diferença, eu acordo todos os meus dias querendo vencer, enquanto você só vive de lamentações. Dramas que colocam todos ao seu redor como culpado, enquanto o único culpado pela vida que tem, é você mesmo.
Julgou meu corpo, disse que meus sonhos eram idiotas, que o meu trabalho era de merda, me xingou e me humilhou. Disse não me amar, mas depois, me pediu para ficar. O seu descontrole me deixou descontrolada, agora me sinto (mais) perdida e sem rumo. Tento acender a luz, pois não aguento viver no escuro que você me deixou. Não aguento mais lembrar daquela ceno no terraço, eu chorando e você pouco se importando. Percebi, que o único egoísta da história é você.
Peço que me deixe de verdade. Do seu falso pensamento romântico, da falta que um dia eu farei, da raiva que posso causar e do ódio, que talvez você venha sentir. Quero que me esqueça, me ignore e que seja feliz com quem você quiser e isso não faz de mim infeliz. Ainda estou assustada, eu assumo, mas estou aliviada em pensar que falsas promessas eu não irei mais escutar. Estendo a mão para quem quer ajuda, quem não quer, que procure sozinho a sua própria cura.

Joyce Xavier

2 comentários:

  1. Primeiramente, parabéns pelo seu novo espaço, por mais essa conquista. Gosto muito de você, do seu trabalho, e do texto que criamos juntas. Muito sucesso pra você, querida Joyce. E em segundo, como sempre, me apaixonei pelo seu texto, tão profundo e tão capaz de tocar-nos por dentro!

    Abraços, Escritora Entre 4 Paredes


    ResponderExcluir