19 novembro 2015

Nossas mãos



Não sei se já fui coerente alguma vez, mas te digo, tá puxado acentuar o meu juízo agora. Eu já tentei calar, depois escrevi um tanto de frases desconexas como se todos os contornos da letra gritassem comigo e acabei por deixar pra lá. Eu tô tentando respirar, mas daí vem o universo sacanear com a minha cara e o cheiro dele ainda tá perdido no meu cardigan preferido. Eu tô (re) virada, mexida e desconfio que esteja perdida.
Já não sei se quero me encontrar, porque a saudade que bate aqui dentro, deseja te encontrar. Talvez te encontrar não seja tão fácil, mas seria o remédio para a minha sede de te ter e de (re) viver tudo que ainda existe em mim. Eu gosto dos empecilhos que a vida me prega, eu sou corajosa e a facilidade não me atrai. Se pra cair na real, eu preciso te esquecer, eu quero continuar desorientada com o meu sentimento que é especial. Mesmo que não faça sentido ou que seja cabível de explicações. Acontece. Há muito dele esparramado em mim e fugir não é uma condição. Talvez é única solução, seja agarrar sem medo, a sua mão.

Joyce Xavier e Marcely Pieroni Gastaldi

Um comentário: