04 novembro 2016

Vaga em aberto: processo seletivo - Por Diego Augusto



Depois de viver um amor investigativo e turbulento – daqueles que procuram a todo instante motivo para justificar o suposto canalha que você não é, ou simplesmente desconfiar das suas atitudes, resolvi abrir um processo seletivo unificado para ocupar o espaço que vagou no meu peito.

Os requisitos para ocupar esta vaga talvez estejam em falta neste mundo possessivo e dominador que domestica e escraviza o ser humano. Acredito sim que o amor seja uma propriedade, cuja aquisição não depende de cédulas monetárias, é um alcance gradual e imperceptível, quase um vício que se nega e só é admitido quando se tenta livramento sem obter sucesso.

Confuso né?! Mas os relacionamentos atuais são fortes e quebradiços, juras de amor eterno tem prazo de validade até que a conveniência os separe. Passado é quem dita um presente onde vidas são remotamente controladas por uma tecnologia que sustenta e enaltece o ciúme doentio – sim! Quem é essa que curtiu sua foto? O que é isso na sua carteira? O que você está pensando? Por que seu celular está desligado? Com quem você estava no telefone? Por que você não me atendeu? ... Ufa!


Eu só preciso de alguém, que pergunte como foi meu dia e que compreenda quando a realidade deste não for radiante, preciso de alguém que respeite meu espaço e entenda que existem particularidades que são o meu intimo. Preciso de espaço para organizar minhas ideias, preciso de uma dose de compreensão e uma pitada de cumplicidade.
Nunca verifiquei tantas juras em vão, eu te amo ou vai se danar são frases ditas com uma incrível simultaneidade, como alguém que troca de roupa. Atualmente o planejamento pode ser um grande prejuízo, afinal de contas, como alguém pode planejar um casamento pautado em uma relação semelhante à programação televisiva (fortes emoções, suspense e intervalo comercial).

Por favor, entenda que não estou atrás de um currículo, mas de uma pessoa com a vida sentimental bem resolvida, sem cicatrizes e traumas, sem eira nem beira, que se dedique a relação sem vigilância, sem egoísmo e sem desconfiança. Preciso de mulheres dispostas a enfrentar os dissabores da vida, que some todos os seus atributos às minhas qualidades e descubra que sou capaz de ir muito além das suas expectativas. Não preciso de surpresas, mas entenda que adoro surpreender e ser surpreendido. Adoro transformar a sala em quarto naquele dia em que a pressa de amar não consegue encontrar o caminho da cama e por este motivo se esparrama no chão.


E por último, mas não menos importante, saiba que adoro ter o corpo entrelaçado e os pés livres para trafegar em minha liberdade, relacionamento não é penitenciaria e amor não é pena a ser cumprida.
Use-me, mas não abuse!

Diego Augusto

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