23 outubro 2016

Confissões de um ex babaca - Por Diego Augusto


Você já esqueceu algo temporariamente e nem sequer sentiu falta?! Tipo aquela moedinha de um real em cima do criado mudo naquele dia marcado para a empresa depositar o pagamento mensal, sendo que, em outrora faria total diferença para complementar aquele cafezinho matinal, passagem no transporte coletivo ou mesmo bancar um shot de cachaça na risca para esquecer amor não correspondido, pobreza e tédio?

Pois bem moça, me permita dizer que é justamente isso que o otário que te liga esporadicamente está fazendo – curtindo outras vibes quando o "cardápio" que ele pensa ter em mãos proporciona algum opcional. Justamente porque ele sabe que no final do mês pode te usar como complemento semelhante àquela moedinha de um real abandonada. Sobretudo, ele reconhece que você aceitou ser a segunda ou milésima opção (e essa é a pior descoberta que um exímio babaca possui). Sim! Eu me sinto no direito ou mesmo na obrigação de descrever o sujeito babaca porque, no auge dos 14 ou 15 anos eu usava o perfil desse tipo tolo que tantos homens com idade avançada ainda conserva. 

Mas, por conhecer todo seu poder de superioridade, resolvi passar aqui e encarecidamente pedir para você avaliar tudo que está fazendo de nobre em troca de nada real. Gata, enquanto você desperdiça tempo e expectativas "nesses otários" o mundo continua girando e levando para longe da sua persona algumas oportunidades de ser feliz pacaralho (entenda-se, muitoooo mesmo).

Está passando da hora de você aprender que, quando alguém te quiser verdadeiramente, pode acontecer o desabamento do Brasil ou o falecimento da tataravó recordista em longevidade segundo a classificação do Guinness Book – ele irá te ligar debaixo dos escombros ou solicitar sua presença no velório, porque nada supera a vontade de ter aquilo que desperta o nosso interesse.

Moça, você sempre será  importante na vida de alguém, no entanto, seu extinto masoquista escolheu permanecer ao lado de seres que ignoram o espetáculo que é desfrutar da sua presença. Não sei ao certo os motivos que te levam a determinar tal estilo como mantra do seu contexto, talvez o medo de recomeçar sentimentos da estaca zero e perder tempo esteja impactando negativamente na sua trajetória. Nenhum babaca merece  ofuscar seu brilho e impedir esse sorriso reluzente que compete em pé de igualdade com o próprio sol. Causar sua felicidade não deve ser tarefa obrigatória pra ninguém porque o amor não impõe regras.

Apenas desista de remar contra a maré e aprenda a deixar o vento ser favorável às suas vontades mais contidas, mais insanas e abnegadas. Inicialmente você pode não compreender as dificuldades implícitas nas mudanças radicais e até mesmo esbravejar contra sua própria sorte, mas o sabor que a vitória irá te proporcionar detém o sabor mais doce que qualquer calmante achocolatado em dias que o Chico vem te visitar e acaba ficando a semana inteira (você entendeu né minha caríssima?!).

Reconhecendo que todos nessa vida já erraram, erram ou ainda vão errar, aproveito a oportunidade deste texto para de algum modo me redimir do meu passado de babaquice exacerbada e aconselhar os seres mais extraordinários desse universo – As Mulheres. Considero "aceitável" quando o sujeito adota tal postura no ciclo infantojuvenil, espalhando por aí as descobertas de um beijo, carícia e novas sensações, mas se o problema for recorrente em qualquer "babaquinha crescidinho", providencie uma medida protetiva que determine o afastamento mínimo de alguns quilômetros desse doente. 

Como diria Ana Maria Braga, "sou muito mais você". 

Diego Augusto.

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