01 dezembro 2016

As pessoas mentem - Por Joyce Xavier e Noemi Prates



As pessoas mentem. Desde a criação do mundo. Saíram do mudo para cuspir mentiras. Omitem detalhes para não magoar, soltam flores dos lábios, enquanto julgam no secreto. Todo mundo mente ou já mentiu. Não dá pra ser sincero o tempo todo, mas é a tentativa que nos enobrece. Criam lendas para conquistar, se embalam na falsidade e agarram bruscamente a primeira oportunidade para dançar sob suas conveniências. 

Mentir é ser egoísta. É não ter piedade da aflição humana. É expor como giz o que poderia ser tatuagem. É se drogar de ilusão sem se preocupar com o coração. É como lançar borboletas em vez de fogo. Narizes não crescem quando se mente, mentir diminui a gente. Ficamos à mercê de manipulações alheias, sempre jogando com nossas certezas. 

Mentir aniquila a confiança, despedaça a lealdade e tortura a crença. Mentir traz indiferença quando descoberta, é ferida aberta que não cicatriza. Mentir escraviza quem mente e seu decreto de alforria é o ímpeto da língua em salivar verdades, que em sã consciência, nunca seriam ditas. E quando descobrem o valor de sua vítima, rastejam-se como cobras implorando o perdão banhado de veneno. Insistem em pintar seu caráter de integridade. 

Derramam lágrimas corrompidas para sensibilizar. Decretam novos horizontes, suplicam por nosso olhar amoroso, enquanto o coração desacredita da hipocrisia suplicando absolvição.

Joyce Xavier e Noemi Prates

Nenhum comentário:

Postar um comentário