12 setembro 2016

Amanhã





Hoje posso estar com a febre que não abaixa e com aquela vontade de dormir, de sumir, de me afastar de todos, até daqueles que me fazem bem.
Hoje a fronha do meu travesseiro está molhada, por eu não conseguir guardar em mim, o que me dói por dentro.
Descaso me dói. Ingratidão me dói. Pessoas ruins me doem, mas não me matam, não me destroem.
Mais uma vez estou aqui, confortável no fundo do poço, com medo do mundo, com vergonha daqueles que aplaudem a minha derrota.
Destruíram os meus sonhos e eu, fui obrigada a aceitar. Bebi para não deixar a dor me sangrar, bebi pra esquecer, cantei chorando para extravasar. Joguei tudo pro alto, para ganhar paz.
Estou nos dias de nuvens cinzas. E esses dias, não são tão ruins. Me fazem pensar e resgatam o melhor em mim. O melhor que sou e de erros que não quero mais cometer, cansei de ser ingênua. Cansei de confiar em assassinos disfarçados de amigos.
Com certeza, outro coração está triste também. Ninguém precisa me contar, eu sei. E quando a casa cair e as máscaras também, eu não estarei mais por aqui. As malas estão quase prontas, quero cuidar de quem me ama de verdade e nunca irá me trair.
Hoje eu estou sim, no fundo do poco. Amanhã é um novo dia. É um recomeço. É uma chance de ser feliz de novo. E só cabe a mim esquecer o que dói e procurar a felicidade. Começarei por mim mesma.
Hoje estou em lágrimas. Amanhã, elas irão se secar.
Só amanhã.

Joyce Xavier

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